segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"O teixo é por fora uma árvore lisa, dura e firme na terra;um pastor do fogo, um prazer sobre a terra..." (Havanal)

O título da runa Eihwaz tem a conotação sinistra, mas seu significado será amenizado se vc tiver uma visão realista do fim e encara-lo como um processo normal, do qual todos nós havemos finalmente de partilhar; uma vez aceita a ideia de que a materia e espírito são uma só coisa, o ato de morrer deixa de ser uma ameaça; evidentimente, todos nos nos preocupamos com a meneira como morreremos; seria ótimo se todos pudéssemos morrer na idade avançada, durante um sono, em nossa propia cama, cercados de amigos e parentes; o wyrd disõe de outro modo. Todos nós somos manifestações da força vital, e é a ela que retornaremos depois da morte; todos os sistemas de crenças religiosas criaram uma vida futura que representa a sociedade na qual seus adoradores viveram, no Pais do meio, elevada a seu mais alto ideal; os ovos da europa setentrional não exceção, e o valhala é concebido como uma imensa sala onde um grande fogo arde eternamente as taças de hidromel nunca secam.Esses contos de fadas constituem representações simbolicas da vida futura e não devem ser objeto de chacota, pois são provavelmente imagens válidas que condicionaram o espirito à realidade da existência posterior à morte física.

Esta estrofe tem como centro ou foco o teixo; no folclore popular e na crença pagã o teixo representa a arvore dos mortos;isso é confirmado pelo fato de bosques de teixos serem frenquentemente encontrados em velhos adros; num nível pratico, eles também ofereciam à igreja projeção contra as tempestades de inverno. na mitologia nórdica o teixo é a arvore sagrada de Odin em seu aspecto de senhor dos caçadores selvagens, que cavalga pelo céu noturno recolhendo as almas dos mortos, ele é também sempre verde e oferece a promessa de que a natureza renascerá na primavera; segundo outra gvelha crença popular, a madeira do teixo, quando sazonada, pode ser tão dura quanto o ferro e durar tanto como ele; é também boa p queimar, e o fogo é um símbolo de regeneração através da destruição criadora.

A runa Eihwaz informa ao buscador do caminho na floresta que a morte não é algo a temer; nos misterios classicos, o candidato à iniciação passava simbolicamente pela morte e pelo renascimento; muitos dos velhos deuses pagãos experimentaram a morte e depois foram ressuscitados, numa representação do ciclo das estações do inverno ao verão; no mito nórdico é Baldur quem morre, mas renasce misteriosamente para tornar-se o líder de uma nova orden de deuses após a batalha final do Ragnarok; uma das cerimonias mais importantes da velha religião pagã da europa setentrional era celebrada na primavera com o acasalamento ritual de representantes humanos do deus e da deusa da fertilidade (beltane); nessa cerimonia, os participantes reiteravam com o ato de amor físico o poder da natureza de vencer até mesmo a morte.

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