quinta-feira, 8 de novembro de 2007

BAPHOMET



Esta é a figura mais popular de Baphomet, trabalhada em cores sobre o desenho original em preto e branco, elaborado pelo Mestre Ocultista Eliphas Levi, que utiliza esta ilustração em sua obra, Dogma e Ritual da Alta Magia (1995, p 220). Para os esotéricos, Baphomet ou o Bode de Mendes, é uma imagem erroneamente associada ao mito de Diabos e dos Belzebus. Na verdade, é uma composição hieroglífica eivada de simbolismos. Em magia hermética, "o bode representa o fogo e é, ao mesmo tempo, o símbolo da geração" (LEVI, 1995). A explicação de Eliphas Levi é detalhada:

O bode (...) trás na fronte o signo do pentagrama, com a ponta para cima, o que é suficiente para fazer dele um símbolo de luz; faz com as mãos o sinal do ocultismo (...) O facho da inteligência que brilha entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal (...) A cabeça horrenda do animal exprime o horror do pecado (...) O caduceu, que está no lugar do órgão gerador, representa a vida eterna; o ventre coberto de escamas é a água; o círculo que está em cima é a atmosfera; as penas que vêm depois são o emblema do volátil; depois, a humanidade é representada pelos seios e os braços andróginos desta esfinge das ciências ocultas. (...) O terrível Baphomet não é (...) senão um hieróglifo inocente e até piedoso. (...) O Baphomet dos Templários, cujo nome deve ser soletrado cabalisticamente em sentido inverso, se compõe de três abreviações, Tem ohp ab, Templi omnium hominium pacis abbas, o pai do templo, paz universal dos homens ... (LEVI, 1995 - p. 337, 338, 343)

No Taro de Marselha, gravura semelhante aparece na carta XV: "...um monstro de pé num altar, trazendo uma mitra e chifres, tendo seio de mulher e as partes sexuais de um homem, uma quimera, uma esfinge disforme, uma síntese de monstruosidade; e embaixo dessa figura, lemos esta inscrição franca e ingênua: O Diabo" (LEVI, 1995 - P 336). O Baphomet, de Eliphas Levi, trás ainda uma expressividade corporal curiosa e significativa: o braço direito, apontando para cima, ostenta na parte interior do antebraço a palavra "solve", enquanto o esquerdo, que aponta para baixo, tem escrito "coagula". Aqui convém deter esta explicação. O significado hermético dos dois termos e do gesto é um ensinamento reservado aos que se esforçarem para obtê-lo.

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